Hoje à noite vai tentar ser Como em tantas outras E eu de tanto o meu estado incerto Agora espero, agora desconfio Andando nas ruas não vejo ninguém Só muita miséria e pouca diversão O eclipse engoliu a metade do caminho Na madrugada eu em cada esquina Às vezes vejo minha morte Sempre vejo minha morte Mas tanto faz As estrelas um dia caem Ruas escuras cheiro de flores mortas Tudo é seco e sujo Em cada canto todos dormem por aqui Somos selvagens, tão selvagens Que as belezas deste paraíso insensato Estão só apenas num retrato De um catálogo de mentiras e mentiras