Vejo a chuva que fez meu sonho renascer. O real se desfez, e trouxe alvorecer. Pois tudo o que sei resulta num mar revolto, sem inércia nem paz. Me faz ser um outro alguém, mas sem contraste com o que sente. Amar com mais que senso de inocência. Na dor, remar aonde o sol possa entrar. Não vou mais dizer adeus: É muito o que há por vir. Pela luz dos olhos teus, eu sei que vou sorrir. E nada me vem, se olho pra trás. Meu ontem já deixei, não tenho pesar. Não mais ser um mero alguém que a dor reparte. Sem um norte, isento de amor. Disfarcei todos meus lamentos e vou remar aonde o sol vai brilhar.