Leito errante das palmeiras Onde mora o meu cantar Entre o barro das ribeiras Os abismos de se afogar Cantam cantam correntezas Zig zag do rio-mar Palminhando as manhãs passarinheiras O meu caminho sol verdinho dos aningais Vela vela o morto Canoa vela os olhos de ais Vela vela o tempo Rebento dos ancestrais A saudade pairando doida Como a dor dos castanhais Anjo fogo dourada serpente ardente Meu sonho é cantar Alí na escuridão da flor Eu cravo a minha espada prata de luar No sertão das águas Quando anoite vem voraz Os arpejos dos remansos Vão seguindo outros anjos Outros olhos de bubuia Ai de mim que espera o orvalho E alvorada Se a proa da canoa vai Vai o vento soletrar teu nome Ruma alguma estrela Pois se moras em profundezas Então te chamas: Encantar