A minha aldeia é um berço de bambas Um doce refúgio pra quem quer sambar Eterna paixão é verde e rosa! Sou cacique! Sou mangueira! Vou festejar! Velas conduzidas pelos ventos Navega meu destino pelas ondas desse mar Marcas da saudade em meu peito Cheguei a um mundo novo Sob a bênção de iemanjá Sonhando eu vi Bravo guerreiro à sombra da tamarineira Falamos de fé, Das nossas crenças e orações Do ventre das matas, Com ervas eu vou me banhar No corpo e na alma senti o poder de curar Tambores ecoam no terreiro Desperta a magia no ar Mistura de um povo de sangue afro-brasileiro Raízes da cultura popular Nas ruas ranchos, blocos e cordões Um toque de improviso embalava multidões A voz dos excluídos contra a força da opressão E a elite se esbaldava no salão Rezei, cantei, Na resistência mascarada relutei Louvores a ciata, A herança preservar (pequena africa!) O tempo passou, o samba firmou Vem o bafo da onça, olha a empolgação Com a tribo de ramos consagrada madrinha Quintal de poetas Tocando fundo o meu coração