Entra, meu amor, fica à vontade E diz com sinceridade o que desejas de mim; Entra, podes entrar, a casa é tua Já que cansastes de viver na rua E os teus sonhos chegaram ao fim. Eu sofri demais quando partiste Passei tantas horas triste Que nem quero lembrar esse dia. Mas de uma coisa podes ter certeza O teu lugar aqui na minha mesa Tua cadeira ainda está vazia. Tu és o filho pródigo que volta Procurando em minha porta O que o mundo não te deu. E faz de conta que sou tua mãezinha Que tanto tempo aqui ficou sozinha A esperar por um carinho teu. Voltaste, estás bem, estou contente Mas me encontraste muito diferente Vou te falar de todo coração: Eu não te darei carinho nem afeto Mas pra te abrigar podes ocupar meu teto; Pra te alimentar, podes comer meu pão.