O retirante partiu Quando o inverno surgiu E não voltou pra o sertão A asa branca voou Arribaçã se mudou Com tanta desolação Coitado do lavrador a enxada desencavou E partiu num caminhão E foi pras terras do sul Olhando pro céu azul Sem vez sem voz e sem pão Deixou pra trás sua vida Sua terra querida Seu berço e seu torrão Estrada empoeirada uma tristeza danada Pulsa em seu coração A confiança é tamanha Lagrima em seu rosto banha A cada passo que dá Pedindo a Deus para um dia Trazer-te ainda a alegria De a sua terra voltar Êi êi êi mas não tem nada não Eu vou voltar pra sertão eu vou esperar chover Êi êi êi mas não tem nada não eu vou voltar pro sertão vou plantar e vou colher Pois eu nasci no nordeste Sou um cabra da peste o poeta falou Meu sangue gonzaguiano Vou esperar para o ano Outro tempo melhor Possa plantar e colher Sem medo de perder sem medo de errar Eu quero ver fartura voar tanajura Água no rio jorrar Êi êi êi mas não tem nada não...