Sou fronteiriço, chamamecero E meu destino é um peão que vai Semeando coplas, colhendo a vida Sou como o vento, canto ao passar Trago sonidos de pedra e selva Pela cordeona que és mi tapê! E todo o ar que respiro dela Eu lhe devolvo num chamamé Minh’alma aflora pela cordeona Silvando um canto avanheê Por onde brota o antigo idioma Da raça cruda de Imaguaré Para a tristeza, um chamamé Melhor remédio aqui no hay! Nas alegrias, mais chamamé E de pronto hermano um sapucay! Meus ancestrais cantam comigo Trazendo coplas de mas alla Elas habitam o canto índio Que nem o tempo pode apagar E quando agarro minha cordeona Ela me agarra num só abraço Eu sou seu dono, ela minha dona Tocando a vida ao mesmo compasso