Viajando dia e noite Montado em um cavalo Com um laço na garupa Na mão um chicote de estralo Às vezes eu cantava Pra alegrar o coração E um berrante repicava Ao longo do estradão E sempre me lembrava Da menina que eu tanto amei Sempre tocando boiada Nessa lida me acostumei Hoje quando me lembro Do que me acontecia Sinto algo diferente Meu corpo todo arrepia Com essas recordações Começo a meditar Lembrando os tempos passados Que não mais irão voltar Eu ainda me lembro Do carro lá na mangueira Que já estragou todinho De tomar chuva e poeira Hoje aqui na cidade Bem longe do meu sertão Somente vejo boiada No cinema ou na televisão Mesmo assim vou lutando Com a vida aqui da cidade Só que a gente não suporta Só falta morrer de saudade Eu demorei muito Mas só agora compreendi E quando chegar minha morte Eu quero morrer aonde nasci