Eu não sou santo nem escroto, tenho a lucidez do que é ser um louco Sei que o simbolismo é gasolina para o fogo Não sou astuto como quem joga esse jogo Tenho muitas espada, e a honra de poucos Um passo de cada, primeiro um pé, depois outro Palavras são palavras, entram no ralo e saem no esgoto Não me tiram mais do sério as neuroses dos outros Eu decido, o que deixo me atingir Se abraço quer dizer que a carapuça acaba de servir Que passo por conflitos, não vou mentir Só não posso deixar que se apossem de mim Pego papel e caneta, e com vocês venho dividir Sinto a emoção da trilha e descarrego tudo ali Sem barragens, represas, deixar a água fluir Ó amada arte, obrigado por você existir! Tirem a bombeta, e as letras da gaveta Mostrem a calvície, se acumular cê não aguenta Se explodir, que seja tinta no papel Liberdade de expressão, a queda da torre de babel Ó vida, repleta de perguntas repetidas, de intermináveis filas dos incrédulos De cidades cheias de tolices, qual a melhor delas? Resposta: Que você esta aqui, que existe vida, e identidade Que a poderosa peça continua, e você pode escrever um verso O grave do beat, mantem o clima exato Como trilha sonora das palavras que falo Abalando a estrutura, fazendo tetos virem a baixo Melodiando com notas o meu vomitaço Desatando nós, desconstruindo laços Cada vez mais leve, menos apegado Sem empurra, empurra, valorizo cada espaço Pra mim Deus é arte e o santuário é o palco Tirem a bombeta, e as letras da gaveta Mostrem a calvície, se acumular cê não aguenta Se explodir, que seja tinta no papel Liberdade de expressão, a queda da torre de babel Qual seria o seu verso?