Duzzão

Labirinto

Duzzão


A depressão me deu mais de mil paginas 
Que tampou meu nariz ao invés de derrubar minhas lagrimas 
Que essa rima nos aproxime e prove que não estamos sós 
Que a missão seja bem mais do que só projetar a voz

Pois devo manter o compromisso que há tempos já foi perdido
É nisso que eu invisto sendo exemplo aonde piso
O risco arrasta, vejo um vulto na volta pra casa da barca 
Maloca em alerta não da pala pra não ir pra vala 

Em cada casa uma esperança, é o que motiva 
Que tenta não ceder ao caos, cresce e nos habita
Habito as ruas do caos que multiplica em cada esquina 
Tomada pelos walk in deads na bad da cocaína 

Que no labirinto passou batido pela saída 
Eu lamento e conto quantas mortes enquanto canto a vida 
Por vezes tão sofrida congelo feridas do passado 
Faço do tempo a cura e aqueço o coração gelado 

Na cidade do ódio maldade pra todo lado 
Lido com medo desde o berço sendo encurralado 
Cada disparo vejo que o tempo tem se esgotado 
No gueto chove sangue as nossas flores murcharam 

Espero que a chuva não inunde nosso ser,
Preciso crer pra perceber
Se tem ar nos pulmões 
Preciso agradecer 

Deixar de ser escravo do desejo, 
que acorrenta 
Na cultura do ter pra ser 
no consumismo que ostenta 

Soldados caem sem medalha de honra; só a sombra 
Do sofrimento de uma vida toda; que assombra
Na periferia mano a vida é um sopro; sufoco 
Onde os moleques não trocam mais no soco; um tombo 

Finda o silêncio o beco habita o medo; de um povo 
Que concluiu que não foi atendido o grito de socorro 
Eu concorro ao pódio e ao fundo do poço; me esforço
Pra fazer mais do que pensam que posso; é osso 

Ver seus irmãos torcer pela sua queda; que merda 
O ar da inveja invade a atmosfera dessa terra 
Cada vez mais inóspita, desfaço os nós que ta no peito
Pra que o nosso futuro seja menos violento 

Na cidade do ódio maldade pra todo lado 
Lido com medo desde o berço sendo encurralado 
Cada disparo vejo que o tempo tem se esgotado 
No gueto chove sangue as nossas flores murcharam