A depressão me deu mais de mil paginas Que tampou meu nariz ao invés de derrubar minhas lagrimas Que essa rima nos aproxime e prove que não estamos sós Que a missão seja bem mais do que só projetar a voz Pois devo manter o compromisso que há tempos já foi perdido É nisso que eu invisto sendo exemplo aonde piso O risco arrasta, vejo um vulto na volta pra casa da barca Maloca em alerta não da pala pra não ir pra vala Em cada casa uma esperança, é o que motiva Que tenta não ceder ao caos, cresce e nos habita Habito as ruas do caos que multiplica em cada esquina Tomada pelos walk in deads na bad da cocaína Que no labirinto passou batido pela saída Eu lamento e conto quantas mortes enquanto canto a vida Por vezes tão sofrida congelo feridas do passado Faço do tempo a cura e aqueço o coração gelado Na cidade do ódio maldade pra todo lado Lido com medo desde o berço sendo encurralado Cada disparo vejo que o tempo tem se esgotado No gueto chove sangue as nossas flores murcharam Espero que a chuva não inunde nosso ser, Preciso crer pra perceber Se tem ar nos pulmões Preciso agradecer Deixar de ser escravo do desejo, que acorrenta Na cultura do ter pra ser no consumismo que ostenta Soldados caem sem medalha de honra; só a sombra Do sofrimento de uma vida toda; que assombra Na periferia mano a vida é um sopro; sufoco Onde os moleques não trocam mais no soco; um tombo Finda o silêncio o beco habita o medo; de um povo Que concluiu que não foi atendido o grito de socorro Eu concorro ao pódio e ao fundo do poço; me esforço Pra fazer mais do que pensam que posso; é osso Ver seus irmãos torcer pela sua queda; que merda O ar da inveja invade a atmosfera dessa terra Cada vez mais inóspita, desfaço os nós que ta no peito Pra que o nosso futuro seja menos violento Na cidade do ódio maldade pra todo lado Lido com medo desde o berço sendo encurralado Cada disparo vejo que o tempo tem se esgotado No gueto chove sangue as nossas flores murcharam