Abre a roda eu vou na fé Pra no berimbau gingá Palma da mão sola do pé E atabaque pra firmá Se vira do jeito que dér Guerreia pra se libertá Canta em gíria na dichava os mané Não conseguem acompanhá Sou eu, sou eu, sou eu Girando no terreiro Nobre escravo africano Europeu plebleu Índio brasileiro Sou eu, sou eu, sou eu A mistura que nos consiste Raiz da cultura é o que persiste Só perdura quem insiste Sou eu, sou capoeira Nó na madeira que não vão derrubá Berimba bom de envergá Brava gente brasileira Raça guerreira que adora sambá Salve meu pai oxalá Das senzalas nordestinas As batucadas nas esquinas Rebeldia que exala e contamina Coco de embolada maracatu tambor de mina É sina natural Melanina nacional Malemolência funcional Tudo bem, nem todo mundo tem Quem num tem se da mal, tchau Foi mal É que to passando batido Pois a muito to desprotegido E se a lei é feita pelo bandido Nenhuma punição teria valido Mas valeu pra quem tá ligado Pela vida cascorado Subida, descida, aprendizado O bote na batida tá preparado Porque um bom capoeira não se deixa vencer Se engole a poeira assopra de volta quando se levantá O chão é a base da manobra pra ele se reerguer No chão se fortalecer, comer daquilo que ele plantá Sou eu sou capoeira Nó na madeira que não vão derrubá Berimba bom de envergá Brava gente brasileira Raça guerreira que adora sambá Salve meu pai oxalá Ai ê, grava teu nome na história Glória de quem nunca se entregou Mandinga vem de angola, Faísca do maculelê Malandro não se cria na escola Aqui fora o jogo é a valer Navalhada, pexeira e pistola Madame satã passa na tv O ser humano é como uma mola Só que chega a hora que não tem onde encolher Escolher a honra e a fé Pra não viver de joelhos morrer de pé Saber bem o que quer, saber, bem o que quer Pra não morrer de joelhos viver de pé Escolher a honra e a fé Lá de palmares o tambor ecôou, axé !!!!!!!!!