Eu não tenho pai nem mãe nenhum parente Eu não tenho quem me de carinho agora Eu não acho quem me lace, quem me prenda Eu vivo solto nesse céu sem ter gaiola A noite quando me chega o sono Eu procuro o ladrilho das calçadas No tijolo faço o meu travesseiro Não sinto frio nem calor, nem quase nada Eu não sei porque eu sofro desse jeito Se no mundo muitos pregam união Mais esquecem de um ser que esta carente E não vê em cada rosto um irmão Amanhece e a vida continua Muita gente vejo passar por mim agora Não percebem sou mais um ser desprezado Continuo por ai jogado fora