Quem me vê sempre cantando Não pensa nenhum instante Que carrego em meu peito Uma dor angustiante É a saudade que sinto Do meu passado distante Em lugar das ilusões Ficaram recordações Da mocidade brilhante Me recordo da infância Do tempo de estudante A casa onde eu nasci O riacho murmurante O sereno cor de prata Sobre a relva verdejante O cantar da passarada O mugido da boiada E o repique de um berrante Me recordo das festanças E os companheiros dançantes Com minha viola de pinho Fui um violeiro galante Me recordo um grande amor Do sorriso embriagante Fui tão feliz ao seu lado Mas quando fui desprezado Me tornei um retirante Os anos foram passando Com seus passos de gigante Transformando em saudade Os momentos importantes A sina que Deus me deu Seguirei sempre avante Sobre as ondas da saudade No mar de infelicidade Sou um triste navegante