Chuva na serra, como cortinas caindo Ao véu do céu vestindo O chão de rara beleza Chão que parece, uma noiva de verdade Casando com o Sol da tarde, no altar da natureza A enxurrada, correndo pelos caminhos A orquestra de passarinhos, festejam essa união Terra molhada e o beijo do Sol poente Faz despertar a semente que dorme dentro do chão Chuva na serra, linda noiva do sertão Case com o Sol pra nascer dessa união Os campos verdes e os botões dos roseirais Milhões de flores branqueando os cafezais Chuva na serra, despencando-se do espaço Estende seus longos braços Pra cumprimentar a terra Na grande festa, que a paisagem verdejante Oferece à visitante A risonha primavera Até parece um lençol na cordilheira Da mensagem alvissareira, que Deus enviou sorrindo Depois da chuva, canta alegre o acauã Na certeza que amanhã O sertão será mais lindo