Todo coberto de lírios De velas, fogos e círios O ano estava estendido Das areias de Ipanema Aos rochedos do Leblon Diante do ano morto Iemanjá dá réveillon Aproveitando o instante Que não era ano nenhum No fio da meia noite Quando era ano nenhum Sem dizer se era da terra Sem falar se era do mar Você começou a dançar No peji de Iemanjá Sem dizer se era gente Ou coisa vinda do mar Se era uma flor da terra Se era estrela do mar Trazendo almas do mundo Ou talvez algas do mar Dançando no gume fino Da meia noite lunar Fora do tempo da vida Dançando na eternidade Meu amor de sal, ressaca Suspenso em cima do nada Me diga alguém se é da terra Meu amor se é do mar Ai o amor que não vai sarar Nascido fora do tempo Que tempo é que vai corar