Lingua de trapo Duêmio Eu acordei todo atrapalhado, Fiquei zoado e descontrolado, Será que pisei em rastro de cobra? A minha mulher me encheu o saco, Falou mais alto, zoou o barraco Fiquei nervoso e briguei com a sogra Já dei um chute na jabiraca, Vou me livrar da outra bruaca Motivo prá isso, eu tenho de sobra Entornei o caldo e virei a mesa, Parti pro ataque em minha defesa E nesta página dei uma dobra. Eu era um trouxa, eu sou sincero Estava muito á baixo de zero, Vou fazer agora o que eu quero, Eu sou mais eu, não engulo sapo Agora estou pouco me lixando Vou cair fora, estou deixando Esta matraca sózinha brigando, Não aturo mais esta lingua de trapo. Ela aprontou mais um escarcel Fez da nossa vida um aranzel Na minha reputa fez um estrago Falou que eu tinha um filho com a tuta E me chamou de fila da fruta, Xingou o surdo e bateu no gago Virou uma onça, enfrentei a fera Peguei á unha, esta pantera Apaguei o pito, sem dar um trago Fiquei pê da vida, e deixei a casa Saí buzino, pisando em brasas Montei no pingo e saí pelos pagos. Eu era um trouxa, etc.. Vicente lopes farnézio (duêmio).