Barriga de travesseiro Duêmio Ela zoou na porta do meu barraco Encheu o saco, dizendo que o filho é meu... Ameaçou dar parte ao delegado, Gritou: safado, assuma o filho seu Se o delagado não mandasse me prender Eu ia ver a porca torcer o rabo Ela rodou a baiana, lá na rua Esta pirua, causou o maior estrago. Ela inventou barriga de travesseiro Sem exagêro, fez um puta escarcel Ameaçou me deixar na pindaiba, Mas tenho fibra e sou macho prá dendel Não me contive e parti para o ataque Que nem um traque com estouro de rojão Eu que estava só o pó da rabiola, Saí prá fora, mais feróz um leão. Mais que matraca falou pelos cotovelos, Pelos cabelos, controlei a jabiraca Sou muito calmo, demoro ficar nervoso, Porém, nervoso, me transformo em jararaca A encrenqueira foi caindo na quissaça Era manguaça que tava lhe atacando Se eu não reajo, a mucréia não parava E ainda estava dando um show de escândalo. A muquirana logo desapareceu, Até perdeu o rumo de onde vinha Partiu com tudo, se mandou lá pras quebradas, Tava mamada, prá pipa foi dando linha Esta pilantra encheu o saco de sobra Mas é a cobra que já perdeu o veneno Pensou que eu fosse entrar nesta esparrela Não fui na dela, porque não sou tão ingênuo. Vicente lopes farnézio (duêmio)