O Preço Dudu Galvão e OutraTrupe Quem inventou que derrubar, é pra progredir, pra prosperar? Quem lhe vendeu o nosso ar, pra você dispor, impregnar? Aquele rio, quem lhe arrendou, quanto pagou pra assorear? Quem lhe vendeu? Quem lhe vendeu o meu mar? Quem lhe vendeu? Quem lhe vendeu o meu ar? Quem lhe vendeu? Plantei a roça não caiu gota de chuva em meio ao louco verão eu vi a seca castigar. O São Francisco já ta feio moribundo e naquele latifúndio não se para de queimar. Calango seco de beber água salobra. Tuiuiú, tucano, arara já têm pouco o que comer. Derrete o gelo o impiedoso aquecimento e o mar vem engolindo, nada pode lhe deter Cana queimada que chove no meu quintal. Eles dizem que não, mas eu sei que me faz mal E os argumentos egoístas do boçal, que invoca como seu o nosso bem ambiental Quem lhe vendeu o meu mar? Quem lhe vendeu? Quem lhe vendeu o meu ar? Quem lhe vendeu?