Certo dia, o João me falou que a vida não é dedilhada Não é conto de fada A vida é quebrada, mano Quebrada, isso E então o João me disse que ele só tem duas certezas na vida Uma é que ele vai morrer E a outra é que ele vai morrer pobre Porra, João Por quê que cê não se revolta, João? Por que que cê não se revolta, mano? (Por quê que cê não se revolta, mano?) Por quê que cê não se revolta, João? Por que que cê não se revolta, mano? (Por quê que cê não se revolta, mano?) Por quê que cê não se revolta Quando olha em volta Por quê que isso não te revolta? Sabendo que os cara' tão rico' E o mais perto de rico que eu fico é pra fazer escolta? Eu sei que não dá pra sorrir Não dá pra fingir A meta é ser fora da lei Você vai ser bem mais feliz Se fizer o que eu fiz E um dia souber o que eu sei A vida vai ser bem melhor Vai ser bem maior Você vai sentir o amor É assim que se vive, livre Não prive, motive alegria por favor Do jeito que tá vai ficar Isso não vai mudar Se você não sair do lugar O povo trabalha igual louco Passando sufoco Rezando pra se aposentar Há!! Faça-me o favor! Tanto caô Que vem do “Senhor” Quem que botou ele lá? Por que ele tá lá? É hora do povo compor Que seja no voto ou na bala, sim Porque esse é o início do fim Cada um tá fazendo sua parte E agora o João acordou E acendeu o estopim Que bom que cê tá revoltado João! Que bom que cê tá revoltado mano! (por que que cê não se revolta, mano?) Que bom que cê tá revoltado João! Que bom que cê tá revoltado mano! Poder para o povo! (poder para o povo!) Poder para o povo! (poder para o povo!) E no poder do povo (e no poder do povo) Vai nascer um mundo novo! (vai nascer um mundo novo!)