Fui passear à beira-mar e até mim veio como um raio de estrela na areia molhada uma concha branca como um sino-do-mar que na mão me tremia sem parar. Nos dedos trementes ouvi sons dolentes um sino lá dentro, à beira do mar uma bóia a dançar, um sino a tocar sobre mares sem fim, suaves, distantes Vi um barco silente na crista do mar e na maré da noite, vazio e cinzento É tarde, mui tarde! Que estamos a esperar? Dei um salto e disse: "Leva-me, ó vento! E ele levou-me, molhado de espuma envolto num sono, fechado na bruma pra praia esquecida, numa terra estranha No cair da noite em vaga tamanha ouvi o sino-do-mar soando, soando, enquanto as vagas rugiam nos dentes ocultos de perigoso escolho e cheguei, por fim, onde areias se viam