Douglas Din

Divisor de Águas

Douglas Din


Plano geral pra me sentir dentro do projeto
Close pra saber do demônio inquieto
Raios-x nada diz. Se o aprendiz
Tem o destino do giz e não sabe do alfabeto

Completo as lacunas quanto mais escuto e
Menos falo. Penso q a vida é só um duto
Para o que importa, extra ego, crença
Falarei por mim pra não prendê-lo em minha sentença

Doente de excesso, cativante, cativo. Não
Vou chorar miséria pra adesão do depressivo
Nem me demorar no festejo paliativo
Equilíbrio pelo verbo não substantivo

Direi do que afeta, eu, minhas raízes
Cruzes, cromossomos, criações e crises
E apesar de tudo, nada pesa mais que amor
Olhe-me pelo caráter, não pelo humor

Espírito gere, corpo interfere
Fere-se através da alma mal estimulada
Exterior prefere, opina, sugere
Pra que eu coopere com a regra estipulada

Desse sangue quente pelo corpo contundido
/Sensação do consciente confundido
Resta-me exercícios. Gozo, um erro crasso
Consciente e sub, longa queda de braços

Mais de vinte anos de guerra pra passar no crivo
Personalidade carente de um corretivo
Eu versus eu, raiz podre no berçário
Pela minha história vejo que o inimigo é páreo

Só que minha mente esteve mais debilitada
Quanto mais trabalho, melhor é alimentada
Sem pesar quantia no culto da mente culta
Insulto é que a franquia só tinha versão adulta

E só caiu a ficha que o jogo tem seu insumo
Quando a mente na infância pedia um prumo
Exaustão do corpo, espiritualmente
Pro intelecto culpado, pro mundo inocente

Corpo calejado, calor e fumaça
Cada movimento dando exemplo pra traças
Preto, moreninho não, preto
Frutos em qualquer lugar, mas raiz no gueto

Convivo com filhos de quem me olhava torto
Risos. E essa herança causa mais que desconforto
Mas minha filosofia pede que eu pese isto
Junto aos momentos que não constam no registro

Se o livro de história não sangrasse o fantoche
Não teríamos essa cultura do deboche
Cabeça erguida seria uma constante
Não responderíamos igual com agravante

Venda é cobiça, manto é preguiça
O que fere o corpo não é o que me atiça
Afinal de contas o meu mal não tem textura
Hoje caminho sobre estrada extra cultura