A beirada dessa lua Quase beija a mata crua Quase pisa o pó do chão Essa lua sertaneja Muito calma se despeja Sobre as coisas do sertão Ilumina malvas casas Faz nascer nas águas rasas Do riacho outro luar Prende todas as enxadas Num curral de madrugada Sai no céu pra cavalgar Tomba a terra enche as tuia E trabalha sem lamúrias Como o povo do sertão Faz-se dele simples musa Hoje chora, se recusa Já não quer viola não Essa lua inconformada Faz da dor tua brigada Faz um choro de raiz E a lua sertaneja Bem calma se despeja Sobre o brilho dos fuzis