Mal desponta a aurora clareando os campos Por estes exílios de confins e fundos Lá se encontram elas desde que amanhece Abrindo as janelas dos seus próprios mundos Junto a seus maridos repartindo anseios Repartindo vergas pra semear a vida Vão parindo filhos e plantando sonhos E gastando os dias nesta dura lida Consumindo os anos calejando as ânsias Percebendo o tempo que jamais recua Elas vão sonhando terras prometidas E um ranchito lindo sobre a luz da lua Muitas vezes elas deixam esses sonhos Para encher as vilas de desilusão E parir de novo novos retirantes E perder as filhas e viver em vão A vassoura, a enxada, o fogão, a cama O sabão na tábua, roupas no varal Filharada chora e o marido chama E se vão os dias da mulher rural