Desde quando seus olhos compreendem a verdade Como se o fruto dos sentidos fosse tudo o que existia? Desde quando seus esforços entendendo a realidade Cessaram e se entregaram para as mesmas mentiras? Não há nada na escuridão? então porque se priva tanto? Diga para aquela criança então o que ela temia Tudo ficaria bem, as luzes estão voltando Diga: quem está de volta logo no final do dia? No fim de seus esforços O berço protege seu filho enquanto devora seus sonhos Então não feche seus olhos Não é atoa as canções nos alertarem sobre os monstros Pois a carne sucumbe ao tempo Vermes famintos salivam rastejando sobre seu leito Aguardando o fim ciclo O banquete dos corpos pelas mãos do destino A frieza da morte, o calor do sangue Mentes esquecem da dor, mas se lembram da guerra Feitos insignificantes Não fuja do sentimento, pois o medo liberta Quantos mais? O desconhecido sempre traz o medo previsto em seu leito promessas de morte Talvez seja o preço do conhecimento decretos manchados na lei do mais forte Almas perdidas deleitam no sangue O frio e a fome nas regras mundanas Um salto no abismo, atentado de fé Pois não há limites além da membrana Quantos valem vidas contadas em dias? Quanto vale o tempo aos olhos do fim? Almas e almas implorando por corpos, copos e copos brindando "tin tin" Doses de lágrimas, dores em taças, um gole de vida pra uma mente sã As flores no lodo, o transe do fogo, a crise dos sonhos, sanidade vã Qual o seu motivo? Qual a sua ambição? Quantos mais nos julgariam, vivendo em escuridão? O preço da verdade pelo sangue em suas mãos? Um presente aos seus olhos, a dádiva da visão Vocês lutam por uma mentira, vocês se privam da realidade Isso está muito além do bem e do mal Todos sacrificamos muito para estar aqui E não seremos cegos novamente Quantos mais? A dor e o ódio levantando corpos Milagres sangrentos pelas nossas mãos Sonhos e sonhos assombram seus olhos Herança do tempo a decomposição A cura pra chaga, a causa pro trauma Mentes ruindo à fraqueza carnal Profanem o santo, lavem sua alma Consuma nas chamas, pecado mortal Encontre sua vida nos braços da morte Flua em transe jorrando dos cortes Entregue ao vazio, cessem os gritos Semeiem as flores no meio do lixo Criem, consumam, lance ao vento Dê vida, floresça, seduzam o tempo Libertem, afinem, alastrem o medo Um binde ao conhecimento