A boca seca meus olhos irritados Já faz tempo que eu não sei o que é respirar salgado Com os pés descalços pedra a pedra na beira do mar Sem pretensão ou compromisso de se chegar em algum lugar Porque aqui o pescador é do asfalto O sorriso no alto e a poeira que respira do ar Lembrada com alegria o pão partido com a família É o seu peixe cada vez mais extinto do mar E o ar? É o que ainda tem de graça Se no brasil entre as classes há um abismo Por aqui é um precipício cada vez mais difícil de pular Da ceilandia a asa norte sudoeste ao p norte E os ricos pobres do cruzeiro e do guará A brasília nordestina e a brasília elitista Mostram a riqueza cultural Por outro lado o preconceito o racismo e indiferença Herança podre do meu brasil colonial Arraial? Nem isso tem de graça Lual, arraial Eu vou rezar pra minha santa maria Fazer promessa pra são sebastião Andar no gama seca de brasília Fazer poesias e botar na canção Na casa da maria, que mora no jardim ingá Seus filhos em volta da mesa agradecem por morarem lá Na casa de francisca, que fica no setor “o” Seus filhos iguais satisfeitos agradecem por não estarem em lugar pior