Há bué que falo contigo sem quaisquer intenções Quando me jogas no trilho tantas más tentações Me lanças para o campo do milho sem ter indicações Preciso provar o sarilho pra tirar conclusões Pois sento na mesa contigo a debater as questões Pra que é que eu escolho o mau caminho e me dás empurrões Pra que é esboças sorrisos e desapertas os botões Pra fazer peito e dizer desenmerda-te das confusões Eu tou farto, cansado, eu quero pratos limpos entre nós os dois Dizer me cago pra as mazelas que me trarás depois E ver que as remelas deixadas perdidas nos lençóis São das novelas que eu sonho, ya aquelas que destróis Naquelas que eu me vou equilibrando mas a corda róis Tu vais dançando nessa jinga e eu brincando aos heróis Pra tentar escapar, dar de fuga sem que sinta lesões Tu vem cá cima mothefocka pra as retaliações Eu sei que vens do fundo Me picas quando durmo Atento quando tombo por aí Eu sei que estás por tudo Sem me dar um segundo Pra me levantar correr contra ti Entre a dúvida e a certeza como é que querias que eu fosse Que a postura ficasse ilesa e engolisse o caroço Enquanto tu ficas a rir, Deus vai ter pena do moço Cada vez que montares o esquema eu carregá-lo ao pescoço Entras em cena impiedoso, apertas e vens com tudo Enquanto a gente reza ás cegas pra que sejas cego, surdo e mudo Enquanto pregas, julgas e culpas sem ver conteúdo E só descansas as pernas quando pisas a fundo Mas nem que eu corra o mundo com ânsia e revolta Para garantir que noutra instância não te apanhe de volta Desenrolando as linhas sem deixar ponta solta Marcando por dentro as estrias de dias que esse Diabo escolta Que sintas a minha voz rouca, louca pronta pra ação Nem que te enfrente apenas de punho cerrado ao portão Forcado tridente na mão, assim te encaro, não caio Mesmo cansado, não páro até ao teu badagaio Eu sei que vens do fundo Me picas quando durmo Atento quando tombo por aí Eu sei que estás por tudo Sem me dar um segundo Pra me levantar correr contra ti