No radio relógio A hora não passa nem pro caralho O mensageiro do vento anuncia a brisa E faz uma canção bonita Enquanto a grama molhada de sereno Enveluda e o verde e a noite vem descendo Fumo meu cigarro Parece que boca seca Observo o mercado na esquina Pela janela vai vendo Vendo as luzes de tvs nos apartamentos Que filme, programa, anúncio ou show Será tv a cabo? Sky! Tampão pra solidão voraz Fico na minha melhor, acho Afinal a curiosidade matou o gato E pensa a mil Vai mais fundo que a lógica Mata a paixão E se prepara pra próxima É o que eu vejo Sacola de conselhos Canalhice só se sustenta Por causa do esqueleto Punheta não mata meu desejo Ninguém ta preparado O veneno é de mais Amores e paixões astrais Vida loca no que vem e vai Afunda e sobe a tona pra respirar Puxa forte o que consegue de ar A vida não para e nem da folga Impulso cerebral nunca sobra Levanta a cabeça Os fracos o mundão almoça Insônia Antes do dia tê-la Eu quero amar você Sei quem sou às vezes tenho duvida Viro o colchão pra não fuder a coluna Outro dia que passou em minha mente Cena a cena assinto o filme No enredo a mesma história triste Qual? Não sei O pensamento embola Quem? Que hora? Raciocínio lento, viajo na cortina Balançando com o vento Mil fita passa na mente Tipo montagem de vídeo Me distraindo enquanto eu vejo A chuva escorregando no vidro Tem hora que é foda No meio da garganta embola Se não é forte o maluco chora Compromete por um cabelo desce Ai esconde Testemunha só o cinzeiro Eu brigando comigo Escondendo meus segredos de mim mesmo No espelho me vejo pálido A imagem de um homem cansado Quem é? Penso rápido sou eu mesmo Feito um rato No labirinto entre a cama e o armário Escuridão o quarto encolhe Não agüento levanto circulo a cama Vou ao banheiro Retorno consulto as horas Com pensamentos não muito puros Me deito fecho os olhos Não adianta, não durmo enlouqueço O velho circulo do relógio marca o tempo E dita o verso reverso da moeda To cansado, bailo no meio da sanidade Vendo a linha tênue Que me separa da loucura Me impressiona Ter medo das sombras na penumbra Marcar o tempo de apagar e acender dos letreiros É um inútil passa tempo que me salva a tempo Privado do meu sono o galo canta Anuncia o alvorecer de um novo dia Insônia Antes do dia tê-la Eu quero amar você Oportunidade ocasião Caneta e papel me salvam da alucinação O prazer sempre em ebulição To condenado ou quebro o elo do destino Assumo a revolução dos bichos Fico junto das minhas companhias Observando o passado Experiência de viva Sem preensão de mudar conceito Congelo meus conselhos Respeito os medos Na busca mais louca e vai além Do que tomar sentimentos de alguém como refém Não dormir me faz pensar almejar O sucesso no raio que minha vontade alcançar Quem me salva? Paixão fracionária Pressão não escolha? Fico na prática ou faço nas cochas? Sempre tenho oportunidade No armário do banheiro O remédio pra dormir perdeu a validade Insônia Antes do dia tê-la Eu quero amar você