Num canto da rua Eu sou o pirata Carente e babando como um cão de gravata Quem é que vai me dar um prato de filé, Depois ir desfilar na praça num circo qualquer? Em cima da escada Eu sou bibelô De unha cortadinha, como mamãe ensinou Quem é que vai limpar o prato que eu cuspir, Depois assoviar uma valsa enquanto eu dormir? Rosilene! Não há canto que console Rosilene! Ela nunca me dá mole. A vida é uma mosca no copo no último gole. Luzindo no escuro Eu sou a navalha Mijando no muro como qualquer canalha Quem é que vai me dar um xale de crochê, Depois de encher a cara de graça num chá de bebê?