Há um novo dia acabado de nascer Que me faz subir o monte para mais uma vez t ever A calma que enobrece o mais pálido sentido É a grandeza que enriqueze o Demónio mais temido Verás nesse novo dia acabado de nascer O vivo brilho da chama que no céu está a arder Os mantos obscuros que te tentam esconder de mim São os véus mais puros que te cegam no fim Soltam-se as amarras E as vestes caem ao chão Os corpos entrelaçam-se Na volúpia da ilusão Há lágrimas pelas virtudes Que voltam sempre a nascer São de dor ou de fome Mas são sempre de prazer Sento-me no meu trono de pedra e gelo Sento-me sempre à espera de sentir o teu apelo Agora olho para trás e já não consigo ver Espaço no teu mundo para ser o teu Lúcifer Criámos novos mundos pela honra e paixão Não cabemos em nenhum deles só na escura solidão É nesta em que me escondo e penso o que fui em ti Que me esqueci do mundo que desisti de mim Cantámos pela vida Que tanto nos fez sofrer Choramos pelos mortos Pela glória de morrer A inveja que separa O destino dos vivos É a lasciva que acolhe Os Ódios subversivos Será este novo dia O último para nós? E estes novos homens Serão a nossa nova voz Serão eles os filhos Que nos vão abandonar Já não há morte nem vida Nem ninguém para amar Já cantam os anjos Que me escondem os sonhos E me trocaram a vida Por pesadelos medonhos Mas acordo por ti Acordo para ser A tua última luz O teu Lúcifer Só queria mais um dia Para te poder dizer Sou a luz que te guia Sou teu Lúcifer