E contorce-se a pálida tina A serpente da obscura demência Não haverá alma mais libertina Do que a da infame sapiência Porque não? Porque não te escondes de mim? Serei a noite da luz da lembrança? Que apaga o que resta de ti Serei a angústia que tira a esperança Que te arrasta para o ódio sem fim Há uma imagem de um rosto perdido Que me anseia, que chama por ti A distorção do gelo sentido Que me afasta para longe de mim Criei o mundo num claustro distante Porque não te escondes de mim? Criei a máscara do teu semblante Porque não te escondes de mim? Será que se perdoa a opulência? Deste meu arder silencioso Será que me presto reverência? Pelo meu ser insidioso Encarnas-me na penumbra dos sonhos Dilaceras-me o âmago vazio Rasgo a minha carne em meus espinhos Pela dor que ninguém sentiu Criaste o teu mundo num claustro distante Porque não te escondes de mim? Criaste a máscara do meu semblante Porque não te escondes de mim? Se puder unir os sentidos Na jaula que ergui para mim Se trouxer os gritos ouvidos No licor que deitei em ti Criamos o Mundo num claustro distante Porque não te escondes? Porque não te escondes de mim? Criamos a máscara do nosso semblante Porque não te escondes? Porque não te escondes de mim?