Noite negra no poço da alma que de um homem se fez campo de batalha Traz no gesto o desespero sangrento de outrora Ter sido mal amado Longe de toda a reles humanidade em solidão a sua alma se redime Escrevendo dia e noite o sentido por anjo ou demónio ditado Em sangue e lágrimas caiu a antiga Hispânia O vento varreu o nome dos heróis Em sangue e lágrimas caiu a antiga Hispânia Só restou um cavaleiro negro e um rio vermelho de sangue Sangue e frio e morte E o rio que corre Por baixo de ti Trocando a ambição herdada pela pobreza do Crucificado E o orgulho de godo pelo hábito santificado Mas eis que do mar se erguem os exércitos da lua crescente Cimitarra contra franquisque morte à geração decadente