Vários manos sentados à beira de uma calçada Tradicionalmente, esse fato se repete por todos os dias Casca-pedra aqui rola até a madrugada Respiração profunda Até onde vai a força de quem comanda a porra desta festa A cada dia que passa eu observo Ouvi disparos Está faltando um mano Estou deitado na minha cama, Ecos na madrugada O que me resta fazer é rezar Mesmo que esteja enganado Vivo num clima tenso, estou acostumado Mas se liga no toque Que não é isso que eu queria Na minha área treta, tiro Já virou rotina Segunda feira, feriado na fita Dia de velório Talvez o único jeito de reunir a família Rever os parentes A desgraça mais uma vez Deixa a sala repleta A roupa preta alerta Que não é dia de festa Mas sim de despedida Volto na madrugada Ainda vejo alguns manos viajando em si Já não conhecem ninguém A paranóia tomou conta da mente Indo como sempre Pra um lugar bem distante daqui Estou a imaginar (imaginar) Se não vão se tocar (se tocar) Que suas vidas se limitem apenas A algumas severas picadas O boato se forma A idéia que rola O ciclo se fecha (Ô Lararirá, ô larararirá Eu cansei de esperar Vários manos morrendo E a mãe a chorar) A concorrência é muito grande Obedecendo à lei da procura Cada esquina um sócio Uma chance, uma armadilha É foda desviar No apetite não tem como, deixa passar Pois vendo isso a toda hora Agora já gastou seu dinheiro Só alegria, há pouco tava no desespero Chega em casa atropelando, despertando a desconfiança Não tente enganar quem te conhece desde criança Lá fora é assim Cada banca faz o seu papel Vende seu produto só visando lucro E você, o que leva com isso? Só vejo prejuízo Ih, caralho! Perdemos mais um mano Idéias rolaram, mas e aí, o que fazer? A morte está rondando Já foram vários manos Será que ainda não deu Pra se ligar que mortes, drogas, tretas Estão sempre caminhando lado a lado Pra nos destruir Hoje você ignora a situação Mas pense no amanhã E fique certo que a melhor saída Não é se afastar de seus filhos Pois o que vale é a idéia certa, de rocha Transmitir segurança Seja mais você É preciso orientá-los do perigo que ronda Pois estão se matando Cabeça feita, idéia forte Ei, amigo, Apague esse cachimbo da morte [Quero um futuro melhor Não quero morrer assim] (Ô Lararirá, ô larararirá Eu cansei de esperar Vários manos morrendo E a mãe a chorar) É, os anos vão passando E o medo sempre presente Me incomoda Criança e droga, é foda Um a um se envolvendo, morrendo Parece estar bem No fundo eu sei, tá se fodendo Enquanto lá na vila, cada vez mais alegria Pode crer, o cara tá montado no dinheiro Graças a você, só no rolê o dia inteiro É comum, isso acontece todo dia em algum lar Algum lugar, alguma família Filho viciado à beira de um abismo O sono dos parentes, Bochicho dos vizinhos Nem todos querem te ver bem, eu sei Faça por você, chega de loucura Não seja mais um finado da fissura O pai segura a lágrima Perante a cena trágica A mãe se desespera Ocasião dramática Perder um filho, é triste, eu sei que dói Mais um irmão confuso que se auto-destrói Chega desta vida Lute pra valer e vencer Faça por você mesmo Seja mais você! (Ô Lararirá, ô larararirá Eu cansei de esperar Vários manos morrendo E a mãe a chorar)