Morre o dia todo dia Quando a tardinha desmaia Sou um peão viajado Das bandas do Araguaia Trabaio com o rei do gado ai, ai Eu conheço muito bem Essa estrada boiadeira Por onde a boiada passa Formando nuvem de poeira Pra quem vive no estradão A saudade é uma porteira Que ao abrir precisa jeito Pois tranca dentro do peito Uma dor a vida inteira A chuva, Sol e sereno Faz parte desta jornada Junto com meus companheiros Vou tocando essa boiada É triste a sina do boi Engordando na invernada Agora ele vai pro corte Indo ao encontro da morte Passo a passo nessa estrada Olhando o rio Araguaia Vejo um cenário de paz O peão e a boiada Por pouco não são iguais A boiada vai pro corte Quem conduz é o peão Esse mesmo condutor Vai sentindo a mesma dor No corte da ingratidão