Distúrbio Verbal

Crosta Terrestre

Distúrbio Verbal


O sol se esvai,
A noite cai tão sutilmente
A gente sai, distantes propositalmente
Mais e mais distantes, definitivamente
Por um instante cheguei a acreditar na gente

Vagando imerso meu corpo que trava na crosta terrestre
Composição geneticamente um autônomo rupestre
Vim lamentando a minha breve jornada
Transitório homem vazio daqui não leva nada
Meu corpo foi emprestado banido da eternidade
Um descuido em nossa alma vem atona a penalidade

Oportunista por tentar
Egoísta por negar
Masoquista por enfrentar
Suicida por se matar
Pleonasmo (saio pra fora)
Eles convidam meu corpo
Mas Deus me manda embora agora!
Por que o fácil, sim sairá caro
Papai me exorta e me mostra onde eu tenho um amparo

Sob pressão vél de ilusão o bem e o mal em orbita
Ideologia sem delongas, siga os dogmas
Teu enteógeno aqui é por diversão
Se não firmar tua estrutura, vai voar no furacão
Os demônios sugam a ti como um lazer
Se ele ainda não é um problema pra você,ele vai ser.
Não pare o tempo aqui estou
Deixando pra trás aquilo que me sufocou

Penduro a minha chuteira e vou cuidar de mim
Não jogo só pelos outros, agora vou cuidar de mim
Jeová tá no controle, eu sei que sempre foi assim
Agora eu me entrego, e essa guerra vai ter fim
Para um filantropo com transtorno bipolar,
Dinheiro não é problema, é melhor se adaptar

Sorria para os tolos, o que toca vira ouro
Ganhando mais dinheiro do que o dono da Malboro
Na alucinação, eu passai "mó" perreio
Compondo infecção, foi que o bagulho ficou feio
No meio da desordem e do regresso, eu vim fazer protesto
Entenda minha revolta com um gesto

Voltar pro pó, e a alma desintegra
Vamos comemorar, com cachaça e umas pedras (irônico)
No calor da guerra fria, óh, quem diria?
Desculpe se o meu rap está faltando apologia
Consonância soa raro, estou com Deus e não me calo
Verás quem entrou de embalo, cada verso é um estralo
É a minha meta, se não entende os loucos, desinfeta!
Comédia se defeca, e olha tipo pateta

Mas terá sabedoria adquirida com o tempo
Talvez eu seja expulso, por mal comportamento
Trago a dedução da lógica, rima psicológica
Se o verso é sucedâneo, então se joga
É a minha réplica

O meu direito de resposta
O jeito de tentar sair ileso dessa crosta
Na humildade (foda -se) eu trago o rap no meu sangue
E sei que tuas ações tem efeito bumerangue
As angustias e revoltas que eu trago no meio peito

Porque? Será que eu não rezo direito (?)
Penduro a minha chuteira e vou cuidar de mim
Não jogo só pelos outros, agora vou cuidar de mim.
Jeová tá no controle, eu sei que sempre foi assim
Agora eu me entrego, e essa guerra vai ter fim.