Atrás dessa foto mistério desfaço, Sem ter no acaso um fardo a pesar. Estando descalço miséria disfarço, Em panos veludos, farrapos no olhar. Conservo discórdia e semeio espanto, Não há oceano em que possa vagar. Aqui ou distante meu peito ofegante, Encerra no tempo seu gosto por paz! São os ponteiros do relógio que perseguem o fim. Enquanto os dias comemoram, não se sabe o que. Há meia-hora ou dez minutos não pude sentir, Mas muitos números me restam pra tentar fugir. Eu congelei minhas pulsações por você: Minha intenção peculiar de viver. Mais um segundo pra que eu possa guardar, Essas memórias que não irão se calar. De servo a rei. Escravo do que posso ser. A chama acesa vai queimar o meu pecado maior E só assim eu poderei voltar a sorrir!