E o pajé passou cantando Lá nas margens do grande rio De saudade ia chorando Pelo amor que lhe fugiu Nayá era linda ainda querida Lembro-me ainda, quando ferida Veio contar-me seu grande amor! Nayá sabia Que a Lua seu amor queria E desde então, sofreu imensa nostalgia Apaixonada, o horizonte quis transpor E correu ao grande rio Dentro dele logo viu Refletir-se o seu amor E Nayá, sem mais conter A paixão que lhe crescia Atirou-se pra reter A imagem que estremecia E na água corrente do rio mergulhou A imagem da Lua fremente abraçou E nessa ilusão feliz, morreu A noite quente Onde o luar inda brilhava Cobriu ardente O lindo corpo que boiava Enternecida, a Lua feiticeira egrégia Foi buscar aquela alma Debruçou-a numa palma E fez a vitória régia