Diogo Nogueira

Pretas, Brancas e Morenas / É Lenha / Amor Verde e Rosa

Diogo Nogueira


Pretas, brancas e morenas
Tenham pena de mim
Tenham pena de mim 
Pretas, brancas e morenas

A preta Olívia me mandou embora 
Do apê lá da praça Sáenz Peña
Vendeu toda a minha mobília
E corri para a Corte Suprema
Prometi um apê em Irajá
A nega só quer Ipanema
Tenham pena de mim
Pretas, brancas e morenas

Pretas, brancas e morenas
Tenham pena de mim
Tenham pena de mim 
Pretas, brancas e morenas

A branca Bianca quase quebra a banca 
E de tudo me arranca e ​vai pro botequim 
Me esfola, me espanca, me bota na tranca
Cuida das crianças, me toma um dindin 

Morena Lorena sempre rouba a cena
Tão bela e serena
Mas quer ver meu fim
Tenham pena de mim
Pretas, brancas e morenas

Pretas, brancas e morenas
Tenham pena de mim
Tenham pena de mim 
Pretas, brancas e morenas

É madeira, é pau
Madeira, é lenha
É pau, madeira, é lenha
É madeira, é pau, madeira, é lenha
É pau, madeira, é lenha

É madeira, é pau
Madeira, é lenha
É pau, madeira, é lenha
É madeira, é pau, madeira, é lenha
Madeira, é lenha

É ferro, é brasa, é aço
Se o laço desata
É pedra, é osso 
Se o amor acabar

É dança pra vida lançar
Trança pra vida acertar 
Balaio de amor é criança pra gente embalar

Espeto de pau em casa de ferreiro
Vara fina não aguenta tubarão
Vara de marmelo não é caramelo
Canela é tempero
Madeira queimando é braseiro, carvão!

É madeira, é pau
Madeira, é lenha
É pau, madeira, é lenha
É madeira, é pau, madeira, é lenha
É pau, madeira, é lenha

É madeira, é pau
Madeira, é lenha
É pau, madeira, é lenha
É madeira, é pau, madeira, é lenha
Madeira, é lenha

No samba de Mangueira
Encontrei meu amor, tava lá
Foi na verde e rosa que achei a cabrocha dona do meu lar

Cantei, versei, saracutiei
Fiz tudo que pude pra lhe impressionar
Caí na gandaia
Seu rabo de saia me fez balançar (oba)

Ela mangueirense e eu portelense
Daquela escola não vou esquecer
Pretinha formosa
Linda, orgulhosa parei em você

Guardei o caminho da felicidade
Pra quando a saudade viesse buscar
Juntei uma grana fui lá na cidade
Comprei o mais lindo buquê pra lhe dar
O tempo passou eu fiquei mais seguro
Invadi o morro com disposição
Debaixo do braço a arma no embrulho
Perto do gatilho do meu coração

Pente carregado de amor guardado
Esse amor bandido não vai me escapar
Cheguei feito um cana enquadrando
A nega no artigo vem cá

No samba de Mangueira
Encontrei meu amor, tava lá
Foi na verde e rosa que achei a cabrocha dona do meu lar

Comprei minha beca, sapato invocado
Só falta aliança no dedo pra gente casar
Cheguei feito um cana enquadrando
A nega no artigo vem cá

Cheguei invadindo o Buraco Quente
E a nega contente me disse:
Minguinho, é só lalaiá
Cheguei feito um cana enquadrando
A nega no artigo vem cá

Passei um bom tempo na Estação Primeira
Depois eu voltei e levei a cabrocha lá pro Irajá
Cheguei feito um cana enquadrando
A nega no artigo vem cá

O couro comendo, o barraco tremendo 
A gente fervendo, morrendo de amar
Cheguei feito um cana enquadrando
A nega no artigo vem cá

Eu já tô em ponto de bala
Já trouxe a mala e caxanga acabei de alugar
Cheguei feito um cana enquadrando
A nega no artigo vem cá

Me sinto completo, por isso eu tô quieto
E só vou pro boteco se ela deixar
Cheguei feito um cana enquadrando
A nega no artigo vem cá

Cheguei feito um cana enquadrando
A nega no artigo vem cá