Não quero ser malcriado, não gosto de grosserias Mas continuar calado eu acho que é covardia Tem cantador por aí fazendo estrepolia Vou entrar no jogo bruto com esses caras fajutos Que negam os estatutos da própria categoria O poeta sertanejo com sua filosofia Ele mostra a natureza através da poesia Poeta fala de amor e não de pornografia Quem quer alcançar a meta deve andar em linha reta Poeta que é poeta não escreve porcaria Há um tipo de canção que já nasce em agonia É como fogo de palha, sucesso pra poucos dias A moda sofisticada, caboclo não aprecia A canção tem que ser pura, sem desvio e sem rasura Sertanejo não mistura macarrão com melancia Cada coisa em seu lugar, cada Santo tem seu dia A casa sem alicerce não aguenta ventania A música sem origem é fraca, vulgar e fria Ainda se vê bastante cantador ignorante Esperando o elefante no carreiro da cotia Uma praga estrangeira em forma de melodia Contagiou muitas duplas de pouca sabedoria Mas eu creio nos caboclos que tem a mente sadia Nestes versos derradeiros digo ao meu companheiro Violeiro que é violeiro não canta desarmonia