Depois de tanta promessa me casei com a Rosinha No dia cinco de Agosto, quinta feira de tardinha Peguei a nossa mudança e levei lá pra colina Comprei um alqueire e meio e formei uma chacrinha Meti fogo na tiguera e plantei nossa rocinha Enchi o paiol de milho e o quintal de galinha Aqui nesse pé de serra quase ninguém me vizinha Eu respiro o ar mais puro, bebo água da biquinha Eu planto feijão de vara e mandioca vassourinha Tenho porco no chiqueiro e também uma vaquinha A mulher me ajuda muito, não reclama e é boazinha Nossa vida deu tão certo que nem faca na bainha Nem bem amanhece o dia já levanta a caboclinha Varre a casa e o terreiro cantarolando sozinha Me serve café com broa e prepara a panelinha Apronta nosso virado com ovo de codorninha Fico tão envaidecido com a minha mulherzinha O que faz falta na cama porém sobra na cozinha Agradeço a Santo Antônio por eu ter nessa casinha Esta cabocla sincera da feição tão coradinha Eu sou inteirinho dela e sei que ela é só minha Até rezo de contente no altar da capelinha Tem dia lá no meu rancho que afino a violinha Ela senta do meu lado e escutando essa modinha Para aumentar mais nossa sorte vai vir uma criancinha Veja que felicidade, a mulher já tá gordinha Ela quer que seja homem , eu quero uma menininha Enfim o que vier tá bom, já vou arranjar madrinha Nossa vida aqui no mato nunca sai fora da linha No meu rancho eu sou o rei e a mulher minha rainha