Trocas-te a escola pela esmola numa esquina apertada Tudo o que tinhas em abuso hoje já não tens nada Uma rotina acelerada que te passa a 200 Pessoas viram-te a cara, tu já não vês comprimentos Olha para isso, perdido na rua, bebes e fumas E os trocos que tens no bolso são dos carros que arrumas Dentro de uma garrafa que foi vazada em vão A tua cama o teu colchão, hoje em dia só cartão no chão Gamas cigarro ao lado, olha para ti O tabaco tirou-te os dentes, já ninguém te sorri A vida que tinhas de sonho, cheio de mamas e papos Passou a ser uma desgraça as tuas roupas são trapos Já nem sapatos tens, tu passas noites a fio Comprometido com a fome mas tas casado com o frio Tu vês o que ninguém viu Mas aguentas a brasa Pois se calhar tu tas na rua mas tens filhas em casa e o dia passa Saudades da mulher não tens não Ela sempre te achou fera mas preferia o patrão Desculpas e mais desculpas que não ganhava um tostão Mas os bicos que ela fazia davam guita pa pensão Já no jogo cultivas-te uma alma viciada Só não apostas-te os filhos porque não valiam nada Projectos de uma vida que tu tinhas desenhada Fizeste a reviravolta e acabas-te na calçada Foi na rua que voas-te, gamas-te a primeira pedra Com amigos bem fingidos que só te queriam ver na merda Hoje tens tuberculose e a tosse sai da garganta Vez as horas a passar o vento fura qualquer manta Que te dão, perdes a noção, comunicação Porque as vezes para curar tu tens que levar um puxão Tu agora só corres, não encontras o coito A tua sina foi ditada, foste de 80 para 8 Antigamente uma casa, hoje a beira do esgoto Aprendes-te a viver mas por teres o teu bolso roto E la vais tu com chapéus na mão e calças parolas Tempo após tempo em dias de chuva tu contas as gotas É ai que te apercebes boy, o que e que eu faço aqui Porque no meio desta merda há mais 2000 iguais a ti Porque a vida diz que sim, mas também diz que não Se há guita para tar de pé porque que muitos estão no chão (Porque os tropas estão no chão) Não têm nem sequer uma migalha Atrapalha o vento porque o tempo ardente não agasalha E a solução? Esta direccionada pra gente Dêem uma sopa a quem precisa, tirem a popa da frente (Porque os tropas estão no chão) Não têm nem sequer uma migalha Atrapalha o vento porque o tempo ardente não agasalha E a solução? Esta direccionada pra gente Dêem uma sopa a quem precisa, tirem a popa da frente E eu vejo tudo O que eu não quero também Se alguma vez vi tristeza foi no rosto da tua mãe Cada promessa que davas dizendo que eras alguém Marcado, todo chupado a dizer que está tudo bem Tás la quase e eu não quero que partas Voas-te com o peter pan, trocas-te jóias por quartas Vês a tristeza a chegar enquanto a alegria se esconde Trocas-te as falas por cartas só que ninguém te responde Tudo aquilo que era um sonho, hoje é um pesadelo A comida não reparte, barba maior que o cabelo Tens a vida do avesso boy olha para o teu estado Tropa agora tu sorris mas tu tás embriagado E é nessa altura que a bebida te começa a fraquejar Tas sentado num degrau sentes que tás a chorar Pois durante o teu passado sempre foste homem fiel E há outro em tua casa a fazer o teu papel Alguém te de um futuro eu não sei se mereces Deixas-te a vida a uma cobra só para andar aos s's Numa floresta que não presta e que te baixa a auto estima Numa colher que vias sopa agora só vez heroína E a menina dos teus olhos que achavas que era magra Também esta toda agarrada só que é o cota que lha paga, só se estraga Tudo o que é demais para ela não chega E lá no bairro, já é conhecida por ser pega E os amigos que te deram na cabeça e te apoiaram Que deram sangue para essas veias que foram rios que já secaram Eles partiram foi por ti, sorriram e choraram Nos momentos maus e bons tiveram lá e não lucraram Então fala que a voz é roca E a barriga que esta oca E tu vez que a tua vida é uma bala no céu da boca Então toma, come uma sopa Não dou casa mas dou roupa E não se arruma uma peúga Men os homens passam pouca Há quem viva sem pulmão ou até sem um rim A quem tenha um sofá e esta no banco do jardim É o que eu vejo ao pé de mim Uns têm outros não Mendigos agredidos pela população E a quem roube e há quem não Se tens a morte a morte na lista Antes do ultimo passo lembra-te que não és para-quedista Para tudo que tá rua seja bom ou mau artista Não se deixem afogar pela água que vai na pista (Quando os tropas estão no chão) Não têm nem sequer uma migalha Atrapalha o vento porque o tempo ardente não agasalha E a soluçado? Esta direccionada pra gente Dêem uma sopa a precisa tirem a popa da frente (Porque os tropas estão no chão) Não têm nem sequer uma migalha Atrapalha o vento porque o tempo ardente não agasalha E a solução? Esta direccionada pra gente Dêem uma sopa a quem precisa, tirem a popa da frente Porque os tropas estão no chão.