Se tu curtes hip-hop e da tua saliva sai neve Então sente ao de leve o que este puto escreve Observo com atenção, inspiração por um segundo Entre e limpe os pés, seja bem vindo ao meu mundo Onde bem lá no fundo, nós guardamos a poção Dentro de um caldeirão, protegido por um guardião Onde a multidão fumaça, babilone passa Mas essa coitada nem se apercebe da desgraça Madorna a minha raça considera-me sortudo É lá a minha casa podes querer que de lá não mudo Tens que ser surdo, mudo, por vezes também cego Já vi que não o és, merda como tu não pego Segue o teu caminho, podre e sozinho Santa magia, chibaria, nunca irás ter carinho Aqui dragões dão voltas a quarteirões Proteger nossos tostões, porque cabras e anões Também são ladrões Velha bruxa na janela é sinal de aviso Prepara o crucifixo 'pa te livrares do feitiço No momento eu preciso muita chuva e vento Vozes frias e sombrias se misturam com o relento Dá-te prenda no ghetto para caíres na ratoeira Se vires e tiveres medo bate três vezes na madeira A morte aqui é sorrateira, tens que ser preparado No rés de chão, esquerdo, um dia encontras com o diabo Resguardado sentado, mocado, cuidado Tem dois demônios a guarda-lo para ficar controlado Ouvindo o fado, copo ao lado, ele fica sorridente Cabeça erguida, voz tremida, fode a vida a toda a gente Sê paciente puxa o banco, sente o solavanco Entra num bairro assombrado, o teu passado fica em branco Velhotas já bem cotas, aqui são videntes Rapaziada dá bongada até os pés ficarem dormentes O canibal, perigo mortal, quase o actor principal Ele anda à solta com uma foice e um punhal Vai mandando um a um, gangue após gangue Tira os corpos da arca, come a carne bebe o sangue Impressionante, tem cara de santo Veste-se de forma elegante Depois tortura-te sejas pobre ou importante Perigo constante, terminante, chama alguém para te acudir Chama a pessoa má ou boa mas não penses em fugir Por isso grita com todas as forças que Deus te deu Pensando e repensando naquele que aqui morreu Nos mesmos braços e embaraços em que tu estás agora Quem te mandou entrar no ghetto? Devias ter os pés lá fora Agora chora e implora, agarra-te aos cabelos São pandemónios com demónios tu não consegues vencê-los Muito andamento, aqui o tempo passa devagar Porteiro não avança pois tem medo de avançar Vamos continuar bem unidos, o bairro é perigoso Vês aquele mano deitado esburacado no pescoço Eu sei que não é giro, não é facada ou tiro Aquela goela marcada foi sugada por um vampiro Veio andando e mirando e encostando às sucatas Se olhares bem para o chão não vês apenas 100 baratas Uma a olhar, para te mirar, para segurança toma um escudo Não em tudo, pouco barulho, pode aparecer o cabo erudo Eu não te acudo Desenmerda-te, agarra uma calçada Não faças mira para o crânio sua cabeça é blindada Aqui a fada não te acode O perigo sacode, baza A última vez que entrou aqui, amputaram-lhe uma asa Boy esta casa já teve bocas sorridentes Hoje em dia a feitiçaria tornou-os todos dependentes A felicidade e a amizade já tiveram o seu tempo Mantém-te distante do crazy ghetto não passes do risco pa dentro