Dikamba Wa Ufolo

Mwanda (part. Jairo Oceano e Maingue Miro)

Dikamba Wa Ufolo


Amor não é mais nem menos
Amor é amor
Guarda os momentos pequenos
Pra provar do sabor

É sacrilégio, admito
Tenta-lo descrever
O amor se quer existe
O amor é só querer

Universo infinito
Da paixão e do prazer
As vezes parece triste
Mas, é só parecer

Em noites frias
Que aurora não chega
Ele traz a alegria
Mais quente que me sossega

Na vontade sã
No ósculo da reza
O amplexo protector
Da medida sem tamanho

O café da manhã
Que fomega firmeza
Na trilha sem favor
Do ofício sem ganho

Óh mãe, és o mormaço
Dessa África que queima
Com o amor calorento
De amparar desamparados

Mãe, és o bagaço
Dessa mesquinhez que teima
O sopro corpulento
Que agasalha os não amados

Um te amo é pouco
E eu sou louco
Em te viver
Não sei descrever
O que fazer
Sem você

Mamã África, óh África
Eme nga kuzolo!!

Nos dias mais claros
E repleto da vontade
Nos preços mais caros
Da quitanda da verdade

O Sol do meus olhos
O brilho que me completa
O orgulho sem abrolhos
Em ser filho de preta

Oh minha preta
Da melanina da paz
Me dê a sua receita
Me ensine a ser (h)audaz

Quero eu gingar
A este do rio omo
Ver a mulher hamar
Para que do seu ar tomo

Do seu cabelo
De ocre avermelhado
O óleo animal
E o ardor da argila

É tudo belo
Livre e de bom grado
É tudo vegetal
Da mais bela clorofila

Lalipó mumwila
Dessa huila que me espia
Me embriaga dessa idade
Desse teu viver sagrado

Ntondele ntontila
Desse njila que popia
No teu curso da vaidade
Desse rio salgado

Um te amo é pouco
E eu sou louco
Em te viver
Não sei descrever
O que fazer
Sem você

Mamã África, óh África
Eme nga kuzolo!

É prática
É factual
A direção não depende do pé
Para África
Individual
A salvação não é

Abraça esta terra que te aloja
Prega ubuntu, prega umoja
Prega amor
Seja um muntu de verdade
Seja kumoxi, bolingo, prega kintuadi
Seja amor