Minha carta de docência Escrita em sangue e poemas Quem nem letra de doutor Doutorado em vivência A saudade é quem suga os anos O vazio a alimenta Lembra o doce dos teus lábios Se tornando penitência Te afogo em meu afago Te mantenho em fluência Um veneno para a alma E pro coração tendência Libertos e forçados Para quem tem consciência Gritam que o estado é laico E ele acena enquanto é seita Olha bem essa receita Filosofia grega Eu vou falar de amor E por guerra na mesma mesa A mão que segura os sonhos Também acorda às quatro e meia Pra manter o gado calmo Tem pão e circo a sexta-feira Com uma cerva gelada Um fuzil pra cada carma Vai malhar pra mulherada Acorda sai dessa cara Chama a gata pra sair Põe o nigga pra tocar Vamos se divertir Deixa um pouco isso pra lá Deixa um pouco isso pra lá Aproveita e faz assim Quando o clima esquentar Observa ela rebolar Oferece um lugar pra sentar Quer falar do coração Fica atento ao BPM Diz que tudo é ilusão Menos a dúvida que convive Aprendeu com a solidão Que nem tudo é como diz ser E o que parece bom Pode ser uma droga de vitrine Desliga a televisão Sai da bolha esquece as redes Eficiente é a escravidão Que te faz pensar ser livre Ditando o seu refrão Defendida por você Invertendo o ponto de visão Quem vai recusar o prazer