Cria da noroeste Do drama e da garra Sou alma que escreve Sou voz que narra Tempero do caos Jogado no cais Subindo degraus E surtando rivais Carne de pescoço Livre e capaz Do topo do poço Eu posso ver mais A vida é louca O mundo mais ainda Somam-se ao todo Mais partidas do que vindas Seis horas é o fluxo A cidade em indulto A morte banalizada Foda-se! O tempo é curto As crianças na sala Assunto de adultos Que sem saber nada Seguem falando muito E desse jeito memo Na minha ideia No meu tempo Em linhas e rascunhos Transfiro meu tormento Caneta e punho Como flui o pensamento Simples e puro Sujo e intenso Incrível mas sempre me dei bem com a revolta Reneguei, larguei Fiz de tudo e ela volta Amarga e confusa Instiga e sufoca E só o que me cura é devolver rap em troca Machucar quem machuca Propor boas novas Ver se o mundo me escuta O quanto me cobra Meu sentido aguça, percebo no ar Artesão de carapuça permitindo-se sonhar Entre afeto e repulsa Em busca de um lar Um ponto de fuga e uma mesa pra virar Somos possibilidades Mentira e verdade Amargura do ódio Alegria que invade Mudança da história Conformidade com o assunto A possível nova aurora Ora presas do tumulto O amanhã e o agora A colheita dos frutos O avanço, a demora A espada e o escudo Somos nada, temos tudo Consciência, conteúdo Atitudes e palavras nossas, ditam rumos É aquilo que diz tudo Da semente até o fruto O que somos, em suma? A verdade é só uma Palavra vai com o vento Hoje é feito pluma Avoa, avua Distoa, suja Some, recua Sob o canto da coruja Não corra, não fuja Viva a vida imunda Responsa cai no colo E logo ela é só sua No mundo que deve Por tudo que cobra Que pouco oferece E que nada sobra Mergulhe no estresse E perceba o desafio Manter-se leve com o peso do brio É esse o caminho Que a glória consiste Saber se portar nos momentos de crise O que dispensa ou carrega Seleta da bagagem O quanto cede a queda E a forma como age O carma da selva Rasteja ou reage A alma da fera Entrega e coragem Ganância impera camuflada em progresso De olho, na espera Cabreiro, me expresso Confesso Me fiz muita exigência Troquei a paz Por convicção e crença Formei ideais Pura consequência Agora é pé na porta Não posso pedir licença Tomara Deus.. Que possa Quem ouça, tá ligado? Sentir o que eu sinto Ver com o que eu lido Esse é o espírito! A viagem no íntimo Atitude e conflito O caos do habitat Através do indivíduo Angústia e alívio Sonho e delírio Enxergue o sentimento E compreenda o espírito