Quero mesmo é largar meu trampo E viver só do meu sonho Já que é nele onde eu me encontro Todo dia vencendo o sono Noite dessas eu me encontrei Numa esquina juntando cacos Quando me vi, não acreditei Mas não corri, enfrentei os fatos Juntei tudo dentro de um saco Carreguei e ficou pesado Era eu mesmo ali de longe Carregando os próprios pedaços Tive uns manos que se afastaram Uma mina que não era minha Então quebrei o porta-retrato Que eu deixava na escrivaninha É o tipo do lixo que eu não chuto Mas sou o bicho e também não junto O tempo é quem cuida e se encarrega Do que não presta e dissipa tudo Sou do sangue quente Nasci pro mundo Louco e consciente Um tanto cascudo Guerreiro forte Que também bate O mais resistente que apanha muito Senhor das minhas próprias batalhas Temor pra quem tem duas caras A dor no peito que se espalha Pra diluir e transformar em poesia (Pra diluir e transformar em poesia Ah ah) Sou quem aguenta a própria verdade Faço a diferença pro meu futuro Quero fazer muito mais dinheiro