Sete preces Para evitar o que mereces Para falsar se tu quisesses Para emendar o que virá Sete rezas numa só colher de chá Boa cama, bom encosto e mau sofá Sete pragas Na postura das noitadas, Romarias, fandegadas Má fortuna e mau pagar Mau respeito, má alcofa, mau deitar Mau emprego, má canseira e mau cear Quer tu queiras, quer não Os tempos são de continuar Vão em vão Pouco importa o quanto tinhas Saqueado, sem espinhas Rico Em suar e prendas minhas Falas para mim, Vês a todos com receios sem fim Mas mal o vento muda a direcção Do telhado chova a míngua Pinga, como água de seringa Sete preces para evitar o que mereces Para falsar se tu quisesses Para emendar o que virá Sete rezas numa só colher de chá Boa fama, boa cura de erva má Sete raios concentrados em favaios Sete monumentos caios Sete agruras de assaltar Sete formas de pôr esforço até errar Sete noites de chuvada em alto mar Quer tu queiras, quer não Os tempos são de continuar Vão em vão Sem respeito ao quanto tinhas Saqueado, sem espinhas Rico Em suor, ideias minhas Falas de mim Tens o dom das maquineias sem fim Ganhas vida a simular paixão Só não podes é tratar da ferida Que atormenta o calcanhar