Solto as pernas nesse negro chão E a menina na calçada, um cachorro ao lado Desse lado, lá vou eu Parto em busca do meu ouro Meu tesouro se perdeu e eu sigo só No meu peito ainda bate um coração Minha boca está calada, meu olhar estagnado Esfarrapado, sigo ateu Peregrino sobre o morro Debaixo desse céu e sob o sol Não devo andar na rota que o meu pai mandou Perdido eu vou... Entre os perdidos, busco me encontrar Rocha viva, viva a liberdade de ser preso ao nada Eu sei que nada sou Mas hei de achar a paz em algum lugar Noite fria sem luar, lobo sem uivos Cidade feita em ruínas, nada aqui ou lá Menosprezível quanto a tudo, sem receio estou Farto de me apassivar no mundo Vou fundo nessa luta pra sobreviver Mantendo aberta a mente, frente ao futuro Muro alto hei de galgar e em breve Tenho na cabeça planos incomuns Trago na alma um anjo louco Que se faz meu guardião, e me livra do sofrer Não devo andar na rota que meu pai mandou...