Dherly Rocha

Bate-Boca

Dherly Rocha


Já que não posso falar 
Nada a mais do limite que tenho a dizer
Eu em guardo mudo
A minha obrigação é prestar a atenção
Na mentira que devo aprender sobre tudo

Silêncio! 
É proibido
É proibido

Quando o relógio marcar 
Meia noite no canto do galo 
Esse calo vai pegar no pé
Filosofia é bom quando se tem dinheiro no bolso
Um traguinho no bar da esquina
A menina, o cigarro, o café

É proibido
É proibido

Ah! Mamãe
Eu bebo vinho, mamãe
Sou bêbado, bêbado, bêbado,
Bêbado, bêbado, bêbado, bêbado
Sou bêbado de vinho (mamãe)

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, 
Sete é conta de mentiroso (bis)

A boca que pede uma esmola 
Tem um papo comum
A boca que xinga o vizinho
Tem um papo comum
A boca que fala a verdade 
Tem um papo comum
A boca que conta mentira 
Tem um papo comum
A boca que reza pra Cristo 
Tem um papo comum
A boca que fala em demônio 
Tem um papo comum
A boca que se queixa da vida 
Tem um papo comum
A boca que fala na morte 
Tem um papo comum

O mundo em resumo é isso:
A lama no sapato, 
A dor de Aquiles no calcanhar, 
A febre de vencer,
O medo de não conseguir chegar 
O silêncio de uma voz
Um grito livre, fora do ar

Cala a boca, 
Cala a boca que boca fechada
Não entra mosquito

Silêncio!
É proibido
É proibido...