Ninguém olhou o rosto do moço Ninguém ligava para seu sorriso tímido Ninguém notava seu corpo ali então Coitado do moço Vestiu sua melhor blusa branca e foi para a festa Ele me abraçou e cumprimentou todos E esperou respeito também Mas ninguém ligou para seu rosto pobre Mas seu coração era nobre E ele festejou também Ninguém sabia que o moço havia andado horas e horas a pé De sua casa pra festa ele não tinha mulher Seu nome ninguém sabia Ninguém se preocupou em perguntar O que ele dizia não era nada serio pra gente pensar Falava de sua família do interior Seus tios, primos e de um grande amor. Falava de seu trabalho que pensava ser escravo Bebia cerveja e dizia sobre igreja que existira seu batizar Gostava de dançar e cantar, mas dizia que não tinha mais idade para amar. Coitado do moço Quem cuidava do seu bem estar? Quem sustentava seu corpo? Quem iria lhe salvar Mas por que acreditar? Talvez chorasse um mar... Sua palavra, seu argumento era fundamento e parecia lhe guiar. E no inverno ele aparecia com sua tosse e nostalgia Contava uma historia e desaparecia Por mais que parecessem absurdo as suas teorias para o mundo Funcionavam , E me ensinou a amar o que vem pelo o mar Houve vezes que se pegava em gesticular Pedia desculpas por se martirizar E por doença que desconhecia Em sua febre adormecia Talvez o boato retorcia Retardaram sua magia Mas houve um dia Em quem um homem num subúrbio Que falava sobre tudo Passou a se calar. (eu não preciso falar de balas perdidas e hospitais imundos que seu corpo teve que enfrentar) Eu não preciso falar de sus e de outras covardias....