A pirâmide do inferno com a base enforcada // Clic, clec, pow, pow, lá vai bala // A guerra não acaba quando os tiros dá uma trégua // Meu rap sujo de sangue foi o que restou da guerra // Devastação, sofrimento assombram minha terra// Derivação apresentando o que restou da guerra// Estilhaços, cadáveres a paz se extinguiu// O ciclo se encerra a profecia se cumpriu// Trincheiras tão soterradas, armas postas de lado// Temporariamente até o próximo golpe de estado// Armamento bélico, fuzil, pt// Na mão do favelado faz o playboy tremer// Potencias impõem com terror o seu respeito// Se não obedecer é bomba nuclear no peito// O boy tá de limusine, pura ostentação// Eu no maior veneno sem 2,10 pra condução// Ta tudo errado, do meu voto ao deputado// Do 1º artigo ao fechar do cadeado// Enquanto o boy tenta ser deus, caminhar sobre águas// Eu to revendo a lista de quantos foram pra vala// A pirâmide do inferno com a base enforcada // Clic, clec, pow, pow, lá vai bala // A guerra não acaba quando os tiros dá uma trégua // Meu rap sujo de sangue foi o que restou da guerra // Uma granada, uma lata, um isqueiro, um pedra // Quarenta e cinco graus de ódio foi o que restou da guerra // Uma vela iluminando um semblante entristecido // Como calcular a dor da mãe que perde o filho? // Após os tiros surge as chagas, chagas vem carregando // O teor da gravidade, uma nação em prantos // Só quando os fuzil faz o governo se calar // Que começam a entender o que a guerra pode causar // Quem parou pra questionar o porquê dessa desgraça // Viu o homem '' bom '' descer do carro, se aproximar e meter bala // O que restou da guerra...foi o que o playboy sonhara // Meu crânio sendo erguido...na agência bancária // Água vira vinho, primeiro milagre // Quantos ainda faltam pro homem crer na verdade // Ver que base militar não fornece segurança // Ninguém fica seguro tendo um coturno na garganta // A pirâmide do inferno com a base enforcada // Clic, clec, pow, pow, lá vai bala // A guerra não acaba quando os tiros dá uma trégua // Meu rap sujo de sangue foi o que restou da guerra // A criança que deriva da guerra só traz no peito // As marcas da autópsia, dos furos no corpo inteiro // Qual o preço da escola sem teto, sem professor // O dia-a-dia te responde, outra blase capotou // Senhor joga as redes nesse rio e traz a paz // Antes que o laço seja feito nas sete vértebras cervicais // La paz, the peace, sentimento estrangeiro // Outra criança órfã, cotidiano brasileiro // O que restou da guerra foram cem bilhões de células // Provando que o r.a.p não se rende, não se entrega // Pós- guerra o que nos resta é a química do crack// Pra ver virar fumaça o sabor da liberdade// A terra cobre a madeira, a madeira cobre o corpo// O corpo a terra usa como alimento morto// Monstros, sangue, armas, trevas// Eis a herança do que restou da guerra// A pirâmide do inferno com a base enforcada // Clic, clec, pow, pow, lá vai bala // A guerra não acaba quando os tiros dá uma trégua // 2x Meu rap sujo de sangue foi o que restou da guerra //